31 de mar. de 2012

Melhores de 2011: Sean Filkins - War and Peace & Other Short Stories


Sean Filkins foi o vocalista da banda inglesa Big Big Train durante bom tempo. Apesar de nunca ter sido um grande cantor, a impressão geral após a separação foi a de que sua carreira longe da banda que alcançou algum sucesso no meio progressivo corria sério risco.

Três anos depois, já se pode dizer que a separação foi benéfica para ambos os lados. O Big Big Train lançou o bom disco The Underfall Yard em 2009 e o ótimo EP Far Skies Deep Time em 2010. Em 2011, o vocalista lançou seu disco de estreia, War and Peace & Other Short Stories; embora continue um cantor fraco, seu disco é muito bom.

Em carreira solo, o vocalista se revelou um compositor de mão cheia. Contando com uma boa banda de apoio, o disco alterna momentos mais pesados com outros mais puxados pro pop, o que confere um tom moderno ao álbum, além de momentos que apresentam grandes melodias progressivas. A forma como estes trechos se sucedem é o que chama mais a atenção, fluindo com impressionante naturalidade e rara inspiração.

O disco apresenta algumas faixas mais curtas, mas é nas mais longas que a citada inspiração dá as caras. A primeira delas, “Prisoner of Conscience”, tem duas partes que somam meia hora de duração, com os estilos se alternando de forma efetiva, o que por sua vez ajuda a contar uma boa estória, como o título do álbum sugere. Para se ter uma ideia dos resultados alcançados, alguns trechos poderiam ter sido assinados pelo genial Neal Morse, mas (e isto é importante) sem deixar de apresentar uma assinatura própria.

Entretanto, é em “Epitaph for a Mariner” que o artista alcança os melhores resultados, também alternando os estilos que resultam em uma ótima estória musicada que tem 20 minutos porque essa é a duração apropriada para contá-la, e não porque para fazer progressivo é necessário gravar músicas longas. Mais que isso, a música apresenta uma progressão efetiva e empolgante que casa perfeitamente com a estória e termina com um trecho de piano muito bonito, mas algo melancólico. Uma das melhores músicas de 2011 que ouvi.

Como comentei no início da dica, o ponto fraco do disco é a voz do cara, e os vários arranjos em tons altos não ajudam, embora façam sentido para as músicas. Se o disco contasse com um cantor melhor, este seria o disco do ano com sobras. Mesmo assim, entendo que o artista é o compositor do disco e tem todo direito de cantá-lo. Por isso, está de parabéns pelo ótimo trabalho!

Até!

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